Tudo leva a crer que a Rio + 20 só vai servir para jogar nosso dinheiro fora para os chefes de Estado posarem de bacanas. A imprensa mundial trata o evento com a desimportância que merece. Basta acessar os sites da BBC, CNN, Guardian, New York Times e El País para ver que não dão a menor bola para a Rio+20. O sempre crítico Le Monde tem um artigo que usa como motivo para dar uma cutucada na Dilma, explicando sua benevolência com os ruralistas na questão do novo Código Florestal.

Sem grande expectativa de obter resultados significativos, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 tentará assegurar um novo compromisso internacional para estimular práticas menos danosas ao meio ambiente através do meio de produção econômico atual. Pois como falar em Desenvolvimento Sustentável se ninguém quer mudar os seus hábitos de consumo, sua forma de produção e de exploração?
Quando for encerrado, no dia 23 de junho, a ONU (Organização das Nações
Unidas) deve apresentar um documento final que definirá as
diretrizes das políticas ambientais internacionais a serem seguidas nos
próximos anos, intitulado “O Futuro que Queremos”. Mesmo que a criação e aplicação de novos tratados só deverão ocorrer a partir de 2016. O novo
documento terá o papel de substituir os Objetivos do Milênio, que já é para 2015 .
De acordo com muitos especialistas a Rio+20 já começa com grandes chances de ser um grande fracasso, e
por culpa de seus próprios conceitos. “O problema é que a solução que
procuram está dentro de uma visão de mundo completamente exaurida.
Pensar em crescimento econômico pela lógica da acumulação do capital,
com a exploração exaustiva dos recursos naturais é contraditório,
exatamente por ser um modelo insustentável”, afirma a antropóloga e
ambientalista Iara Pietricovsky.
"Reivindicar uma mudança de sistema econômico pode ser muita coisa. Mas o
que é realmente incompatível e deve ser evitada é a lógica baseada na
acumulação através do aumento da produção, que é apenas um dos aspectos
do capitalismo. Simplesmente porque ela está além dos limites físicos do
planeta", diz a socióloga Marijane Vieira Lisboa, da PUC de São Paulo.
O que poderá ser importante nesse encontro é o consenso para a ampliação dos poderes do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Também é possível que o encontro chegue a uma alternativa para a substituição do PIB (Produto Interno Bruto) como critério de prosperidade.
O que poderá ser importante nesse encontro é o consenso para a ampliação dos poderes do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Também é possível que o encontro chegue a uma alternativa para a substituição do PIB (Produto Interno Bruto) como critério de prosperidade.
“A Rio+20 é uma conferência de partida, não de chegada. A partir dela,
vamos reformular toda a discussão e forma de trabalhar o desenvolvimento
sustentável”, afirmou o porta-voz da ONU, Giancarlo Summa.
"Dá até a impressão de que os problemas ambientais começaram agora, sendo
que, na verdade, datam desde a Revolução Industrial”, ironiza o físico e
ex-ministro do Meio Ambiente José Goldenberg, que, há vinte
anos, participou ativamente das articulações da Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como
Eco-92 ou Rio 92. Ele lembra
que, restando pouco tempo para o início daquele encontro, também havia
um cenário de indefinição “Ainda assim, conseguimos concluir a Convenção
do Clima [que deu origem ao Protocolo de Quioto], a da Biodiversidade e
a Agenda 21 [que serviu de embrião para os Objetivos do Milênio]”,
lembra.
“Trata-se uma saída de marketing que inventaram para não sair mal na foto, uma desculpa pelos fracassos óbvios. Se é uma partida, está muito atrasada”, diz Marijane, que afirma que os acordos da Rio 92 foram modestos e muito mal implementados. Não à toa, os resultados nos últimos anos de todos os medidores ambientais só demonstraram piora.
“Trata-se uma saída de marketing que inventaram para não sair mal na foto, uma desculpa pelos fracassos óbvios. Se é uma partida, está muito atrasada”, diz Marijane, que afirma que os acordos da Rio 92 foram modestos e muito mal implementados. Não à toa, os resultados nos últimos anos de todos os medidores ambientais só demonstraram piora.
Sabemos que algo precisa ser feito com urgência e não dá para ficar marcando bate-papos de vinte e vinte anos e vendo o mundo como está. Tem que ser pensado algo efetivo para diminuir a pobreza sem que isso exaure ainda mais as fontes do planeta, já que estimativas dizem que nos próximos
quarenta anos a população do planeta Terra vai aumentar cinquenta por
cento.
Se você acha que tua cidade está engarrafada, fedorenta, poluída e
perigosa, vai se preparando. Se em 2012 o capitalismo não dá conta nem
de garantir a subsistência dos que vivem na rica Europa, que
dirá arrumar emprego, comida, água portável, casa e remédios para mais três
bilhões de pessoas...
Salve-se quem puder...
Como tu bem disseste, o problema é esse mesmo: resolve-se de um lado, mas estraga-se por todos os outros, inclusive - e principalmente - por dentro. Só uma mudança de sistema poderá salvar-nos e ao planeta, mas, como tu bem citasta na primeira linha do texto, DINHEIRO é quem dá as cartas, fazer o quê? A subsunção à espetacularização midiática que os organizadores almejam, idem... pena, pena, pena! Mas a gente sobrevive aos poucos: acredito piamente em soluções e estratégias "locais", para não gritar ÍNTIMAS! (WPC>)
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