domingo, 29 de janeiro de 2012

TAXI DRIVER (1976)

Taxi Driver (1976)
James Gordon Irving
Pintura de James Gordon Irving
Allegory of a Dream by Moritz Stifter
ALEGORIA DO SONHO
Moritz Stifter 

MENINO CHINÊS TEM OLHOS QUE BRILHAM NO ESCURO

Uma anomalia pouco comum está intrigando os médicos chineses que atendem o jovem Nong Youhui. O garoto chinês nasceu com olhos azuis – o que é muito raro entre os chineses – e uma incrível capacidade de enxergar no escuro – o que é raro entre qualquer povo. O mais fascinante é que os olhos do menino são como olhos de gato, pois brilham quando há pouca presença de luz.
O pai de Nong disse que, quando a criança era menor, os médicos falaram que os olhos do filho voltariam a ser pretos como o de qualquer outro chinês. Mas a criança cresceu e a anomalia não retrocedeu. O grande problema, para Nong Youhui, é relacionado às situações em que a luz é muito forte, pois os olhos azuis dele bloqueiam pouca luminosidade. O caso vem sendo estudado há anos, mas ainda não há respostas concretas dos cientistas.


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/ciencia/18279-garoto-chines-tem-olhos-que-brilham-no-escuro-e-intriga-medicos.htm#ixzz1ks5iTOyK

BÉLA LUGOSI (DÉCADA DE 20)

beautyandterrordance:

Vintage ca. 1920 Hungarian photo-portrait postcard of Bela Lugosi.

7 FATORES IMPORTANTES SOBRE O SONO

Seja por excesso de trabalho ou de diversão, há um aspecto muito importante que acaba sendo deixado de lado: o sono. Uma noite bem dormida é capaz de repor as energias necessárias para enfrentar situações de grande desgaste físico ou mental na rotina diária. Mas o que muitos não levam em conta é o fato de que o ato de dormir é essencial para as nossas vidas.
Se o sono não fosse essencial, poderíamos encontrar na natureza exemplos de animais que não dormem ou que não sofrem consequências por longos períodos de atividade. Mas de acordo com um artigo científico publicado na plataforma PLoS, todo animal minimamente complexo precisa de algo semelhante ao que chamamos de sono. Por incrível que pareça, até os insetos dormem.
Não podia ser diferente no caso dos seres humanos. Dormir traz inúmeros benefícios ao nosso corpo, que vão desde a manutenção de um sistema circulatório mais saudável até o aperfeiçoamento de funções cognitivas, como a concentração e a memória. Portanto, é de se esperar que esse processo cause impactos enormes em nossa vida e que possamos aprender a usá-lo em benefício próprio.

1. Sono ruim, coração ruim

De acordo com pesquisadores da Universidade de Warwich, na Inglaterra, pessoas que dormem menos de seis horas por dia ou sofrem de distúrbios do sono possuem 48% mais chance de desenvolver alguma doença cardíaca. Além disso, noites mal dormidas também tornam seres humanos 15% mais suscetíveis a derrames. O artigo, em PDF e em inglês, pode ser consultado online.
Outras instituições de pesquisa também confirmam o caso. De acordo com a BBC, pesquisadores de Harvard, na Inglaterra, constataram que homens acima de 65 anos e que dispensam pouco tempo ao sono profundo possuem mais chances de sofrer de pressão alta e, consequentemente, de doenças cardíacas. Os cientistas acreditam que o mesmo ocorra com as mulheres.

2. Emagreça dormindo. Pergunte-me como

É comum associar a obesidade ao sedentarismo, então é de se esperar que quem durma demais acabe engordando. Mas o fato é que quem dorme pouco também enfrenta dificuldades para emagrecer, como constatou um estudo publicado pelo International Journal of Obesity (PDF em inglês).
A pesquisa analisou os hábitos de 472 pessoas que foram instruídas a diminuir cerca de 500 calorias de sua alimentação diária e a manter a prática de exercícios físicos durante um período de seis meses. Aqueles que possuíam problemas relacionados ao sono foram os que menos perderam peso. Mas por que isso aconteceu?
Dormir pouco altera a produção de leptina, um hormônio produzido pelas células gordurosas do nosso corpo e que atua como regulador de apetite e controlador da massa corporal. Ao passar muito tempo acordado, o nível de leptina diminui, fazendo com que a pessoa sinta mais fome. Além disso, esses picos de insônia também aumentam a produção de grelina, um hormônio que nos faz sentir fome quando necessário. Logo, essa confusão hormonal causada pelas poucas horas de sono faz com que o ser humano coma mais do que precisa.
Portanto, lembre-se: nada de lanchinho durante as madrugadas de papo no MSN.

3. Durma pouco e pegue um resfriado

De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, localizada na cidade de Pittsburgh, EUA, a qualidade do sono influencia o sistema imunológico do ser humano, tornando-o mais ou menos suscetível a pegar gripe.
Para a pesquisa, foram monitoradas 153 pessoas saudáveis com faixa etária entre 21 e 55 anos. Durante duas semanas, os cientistas coletaram dados sobre a qualidade e duração de sono de cada voluntário. Depois, essas pessoas foram expostas ao vírus da gripe por um período de cinco dias. Aqueles que dormiam menos de sete horas por noite estavam três vezes mais vulneráveis à doença do que aqueles que dormiam pelo menos oito horas.
Aparentemente, sono e imunidade estão estreitamente ligados. Pesquisadores do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, na Alemanha, constataram que as espécies de mamíferos que dormem mais também possuem melhor resistência contra parasitas.

4. Dormir bem torna você mais esperto

É fácil constatar que dormir mal deixa qualquer um apático, esquecido e facilmente irritável. Basta passar algumas noites em claro para que isso aconteça. O problema é que, com o passar do tempo, esses efeitos colaterais podem se transformar em problemas de rendimento no trabalho e na escola, além de depressão clínica e distúrbios do humor.
Centro de Estudos do Sono da Universidade de Glasgow, na Escócia, constatou que pessoas com dificuldades  para dormir podem ter mais problemas de relacionamento e cerca de três vezes mais chances de sofrer de depressão ou falta de concentração. Como se não bastasse, o caso pode acabar em uma espécie de círculo vicioso, em que condições ruins de sono causam problemas mentais que pioram ainda mais o sono da pessoa.
A Universidade de Michigan, nos EUA, apurou dados que reforçam a relação entre noites mal dormidas e depressão. De acordo com o estudo, adultos com problemas crônicos de sono estão cerca de 2,6 vezes mais propensos a tentar suicídio.

5. Se não dormiu, não dirija

De acordo com a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), agência norte-americana responsável por reduzir o número de acidentes nas estradas dos EUA, a “cochilada” no volante é a responsável por mais de 100 mil desastres por ano naquele país, resultando em mais de 40 mil traumas físicos e 1.550 mortes. Um dos grupos que está mais exposto ao risco de dormir enquanto dirige são as pessoas cujo sono dura menos de seis horas por dia, além de trabalhadores noturnos e motoristas que sofrem de hipersônia e ainda não buscaram tratamento.

6. Não mexa no relógio biológico

Pesquisadores da Universidade do Estado do Oregon, nos EUA, encontraram evidências de que a alteração do ritmo circadiano, também conhecido como relógio biológico, pode desencadear neurodegeneração, perda das funções motoras e morte prematura.
Esse “relógio” consiste em um mecanismo genético ajustado para dias de 24 horas e ciclos regulares de luz, escuridão e sono. No corpo humano, ele influencia diversos processos biológicos, que vão desde a fertilidade até a produção de hormônio e a efetividade de alguns medicamentos.
O estudo, realizado em moscas-das-frutas ― insetos que compartilham cerca de 60% dos genes humanos ―, constatou que as moscas que tiveram o seu relógio biológico interrompido passaram por um período mais curto de vida, além de perderem habilidades motoras e sofrerem danos cerebrais mais rapidamente do que os espécimes com ritmo cicardiano intacto.
E já que o sono e o relógio biológico de seres humanos estão intimamente ligados, talvez valha a pena dispensar um pouco mais de atenção à qualidade e quantidade de horas dormidas diariamente.

7. Sono, a fonte da juventude

Clinical Sleep Research Unit, da Universidade de Loughborough, na Inglaterra, constatou que pessoas que dormem cerca de sete horas por dia vivem mais do que aquelas que costumam dormir quantidades diferentes dessa. E não importa se a “vítima” era um insone ou não: dormir acima de 9 horas por dia pode ser tão prejudicial quanto não descansar.
Para entender as causas, basta dar uma olhada nos itens desta lista: problemas cardíacos, falta de concentração, pressão alta e acidentes no trânsito e até gripe são apenas alguns dos riscos que os distúrbios do sono podem trazer. Portanto, lembre-se de considerar o sono como um aspecto importante da saúde. Afinal, ninguém quer acabar como as moscas do sexto item deste artigo, certo?


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/ciencia/18344-7-fatos-sobre-o-sono-que-podem-arruinar-ou-salvar-a-sua-vida.htm#ixzz1ks4pTO7A

A DANÇARINA ANN PENNINGTON (1929)

FILME: O GAROTO DA BICILETA

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O MESTRE E A MARGARIDA (Bulgákov)

Como fotografar uma bomba atômica

Caso você seja um daqueles casos que adora tirar uma fotografia, que tal saber mais a respeito de como tirar fotos de uma bomba atômica, o vídeo explicativo que vem a seguir faz parte da propaganda do  livro de Peter Kuran "Como fotografar uma bomba atômica".
Vale dizer também que Peter Kuran é um dos responsáveis pelas animações e efeitos especiais utilizados na trilogia original e Guerra nas Estrelas, lançada entre os anos de 1977 e 1983.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

AUDREY HEPBURN

hedda-hopper:

Portrait of Audrey Hepburn for the Broadway production of Ondine.Audrey Hepburn won a Tony Award for her role in this play, and she appeared between  February and July 1954. 

CARY GRANT

the-asphalt-jungle:

Cary Grant - January 18th, 1904 - November 19th, 1986
“If you want      to be an actor, my advice is to learn your lines and don’t bump      into the other actors.”
Porky Pig bids you adieu in Warner Brothers Looney Tunes signoff  (1937 - 1942)
Porky Pig bids you adieu in Warner Brothers Looney Tunes signoff  (1937 - 1942)

4 TÉCNICAS DE LAVAGEM CEREBRAL

Você já teve a sensação de que estava tomando decisões sem realmente estar pensando? Muita gente passa por isso porque sofreu processos de Reeducação de Pensamento, mais popularmente conhecida como “Lavagem Cerebral”. Você sabe quais são as técnicas utilizadas para isso?
 
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Entenda melhor o funcionamento da lavagem cerebral e esteja pronto para se proteger quando alguém tentar dominar sua mente com técnicas de reprogramação.

Mensagens subliminares

Apesar de, atualmente, as mensagens subliminares serem muito relacionadas a músicas tocadas ao contrário, elas têm uma origem muito mais obscura. Em 1956, durante a projeção de um filme chamado “Picnic” (que no Brasil chegou aos cinemas batizado de “Férias de Amor”), um cinema norte-americano exibiu uma mensagem estimulando o consumo de um refrigerante em alguns quadros.
Quem estava no cinema não conseguia perceber a mensagem, mas os resultados foram surpreendentes. Segundo o site Mundo Subliminar, o aumento nas vendas do refrigerante no dia foi de 57%. Isso com apenas alguns quadros de mensagens escondidas, técnica que foi aprimorada com o tempo.
No final da década de 1990, a MTV norte-americana foi processada por utilizar algo parecido em suas propagandas. Ao mesmo tempo em que passava as vinhetas, uma série de imagens era mostrada na tela, incluindo fotografias pornográficas de meninas amarradas em alguns poucos quadros, quase imperceptíveis. Isso deixava as pessoas muito perturbadas – mais do que o normal – com as vinhetas do canal.
Nesse caso da televisão, a intenção não era vender nenhum produto, mas foi muito útil para manter as pessoas perturbadas e atraídas ao mesmo tempo. Com isso, prolongava-se o tempo que cada espectador passava com o canal sintonizado.

Repetição e reprogramação

Você conhece o ditado que diz que “uma mentira contada mil vezes se transforma em uma verdade”? Pois o cérebro humano funciona mais ou menos dessa maneira e, quando não estamos preparados, acabamos acreditando em mensagens que são repetidas inúmeras vezes, mesmo que elas não sejam as mais sinceras.
Dessa maneira, palestrantes dos mais diversos tipos conseguem fazer com que seu público seja convencido de diversas “verdades”. Essa técnica, aliada às práticas de reprogramação, pode causar muitas mudanças de comportamento e mentalidade nas pessoas que foram atingidas pela “lavagem cerebral”.
Geralmente, os oradores começam seus discursos baixando a confiança dos ouvintes, fazendo com que eles se sintam muito mal. Depois, começam a mostrar que o melhor jeito de superar os problemas relacionados aos seus erros – que acabaram de ser apontados – é seguir os passos do palestrante.
Em uma plateia com 200 pessoas, pelo menos metade se deixa levar pelas frases impactantes proferidas. Com grande frequência, as pessoas que fazem este tipo de reprogramação utilizam discursos vagos, que podem ser encaixados na vida de qualquer um. Assim, todos se sentem imersos no assunto e enxergam a salvação no orador.
Isso vale para diversas situações, sendo que as mais comuns são as ofertas de produtos. “Bons” vendedores conseguem convencer seus clientes de que eles possuem itens obsoletos e dispensáveis, sendo que somente o que eles oferecerem pode suprir todas as necessidades naquele momento.

Ritmo e progressão

Algumas das técnicas mais eficientes para reeducação de pensamento exigem a utilização de frases e sons ritmados, capazes de fazer com que os ouvintes sejam imersos na atmosfera que o orador está criando. Quanto maior a multidão, mais fácil se torna esse processo – desde que o palestrante conheça e domine as práticas utilizadas.
Músicas calmas de fundo conseguem prender a atenção das pessoas, ao mesmo tempo em que podem incitar a fúria ou a paz, dependendo da intenção dos locutores. O ritmo da fala também deve seguir alguns padrões: os palestrantes geralmente começam ternos e vão ganhando paixão com o decorrer do tempo, até chegar ao ápice. Essa progressão rítmica raramente falha em multidões.

Merchandising

A todo o momento você pode ver propagandas na televisão, sempre mostrando o quanto alguns produtos são superiores a outros. Mas você pode nem perceber que os comerciais começam antes mesmo de o intervalo ser anunciado. Em filmes e novelas, é muito comum o aparecimento de produtos de marcas famosas sendo consumidos pelos mocinhos da história.
Esse tipo de inserção costuma gerar muitos resultados para as empresas anunciantes, apesar de custar um preço bastante alto. Há estimativas de que, em horário nobre, personagens das novelas não bebem um refrigerante por menos de 500 mil reais (isso em 2002, conforme mostrado por um documento do Observatório da Imprensa).


Se o produto apenas aparecer, sem ser consumido, o valor pode cair vários milhares de reais. Por outro lado, se além de utilizado, for elogiado, o preço do anúncio gera lucros bem interessantes para a emissora responsável. E você acha que isso não influencia você de maneira nenhuma?
Então pare para pensar nos seus tempos de colégio. Quantas meninas utilizavam adornos indianos quando a Índia era tema de uma novela do horário nobre? E os meninos que tinham apelidos inspirados nos personagens de desenhos animados? É assim que acontece o estímulo ao consumo.
.....
Você já sentiu que estava tendo a mente modificada enquanto via televisão, ouvia rádio, participava de palestras ou navegava na internet? Pois agora você conhece algumas das principais técnicas utilizadas por oradores para conquistar públicos e vender ideias.




Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/conspiracoes/18081-4-tecnicas-de-lavagem-cerebral-que-estao-sendo-utilizadas-em-voce.htm#ixzz1jx9A1Oal

ABAIXO A CENSURA

ABAIXO A CENSURA NA INTERNETA sigla SOPA (Stop Online Piracy Act) significa Lei de Combate à Pirataria Online. Basicamente, esse projeto de lei expande os meios legais para que os detentores dos direitos autorais possam combater o tráfico online de propriedade protegida e de artigos pirateados. Se aprovado, os detentores de propriedade intelectual terão o direito de bloquear indiscriminadamente o conteúdo da web. A Internet livre, como conhecemos hoje, estaria ameaçada. Um segundo projeto de lei, que também circula no Congresso dos Estados Unidos, é igualmente preocupante. Trata-se do Protect IP, também conhecido como PIPA. A medida, assim como o SOPA, tem a função de combater a pirataria, inclusive atacando sites hospedados fora do território norte-americano.Alguns dos sites mais acessados na Internet ameaçaram tirar suas páginas do ar temporariamente, um protesto que tem sido chamado de blackout. A Casa Branca e grandes organizações como Google, Mozilla, AOL, LinkedIn, Facebook, Twitter e Zynga devem aderir ao manifesto. O blackout já foi feito por alguns sites, incluindo alguns brasileiros. Entre eles, estão Wikipédia, Idec, A2K Brasil, Cultura Livre, CTS Game Studies, Estrombo,Observatório da Internet, Open Business.

domingo, 15 de janeiro de 2012

ANJELICA HOUSTON

Nenhum Brasil existe e Minas não há mais

Por Marcel Franco



A arte contemporânea é esse grande pós-nada e, ainda assim, é best seller nas livrarias, lota cinemas e é vendida a preços estratosféricos nas galerias. Nosso tempo é o de vanglória por causa de textos de 140 caracteres
Dos meus vícios (há tantos!), talvez o menos condenável seja a leitura de cartas. Pois estou com sorte para cultivar minhas manias: a Companhia das Letras acaba de publicar “O Rio É Tão Longe”, coletânea de cartas de Otto Lara Resende para Fernando Sabino (e também relançou “Bom Dia Para Nascer”, agora com 74 crônicas a mais do que na primeira edição). As cartas de Otto podem ser lidas em conjunto com as cartas do próprio Fernando, publicadas pela Record em 2002 (“Cartas na Mesa”). É o que venho fazendo e o que me motivou a pensar nos velhos escritores mineiros — dos quais também há tantos.
(Parênteses imediatos para uma das minhas costumeiras digressões: sou não apenas leitor, mas também escritor constante de cartas. Desde que conheci R., há quase seis anos, enchi-a de cartas. Ah, a propósito e sem propósito: por conta dos meus textos anteriores aqui na “Bula”, recebi várias mensagens nas quais os leitores perguntam quem seria R. Respondo: R. é alfa e ômega.)
Otto, prolífico no que escrevia aos amigos, dizia-se “o último cidadão que ainda se dedica a este gênero obsoleto que é o epistolar”. Já Fernando Sabino, com apenas 22 anos, lamentava a passagem do tempo: “Sim, é verdade que um tempo nosso se encerrou. Somos homens, não somos mais meninos do Trianon, meninos do Viaduto, dos porres, das placas de rua, de cadeados, até mesmo de vitrines de chapelaria. No fundo, se a gente pensar bem, triste tentativa de sentir de novo um tempo que passou, nada mais” (Otto, Fernando e seus amigos trocavam placas de identificação de casas e cadeados de portões). E os dois fofocavam, contavam histórias, lamentavam, riam, choravam, amavam e odiavam nas cartas — essa facúndia escrita lança dúvidas sobre o alegado comedimento mineiro. Sobretudo, eles, tomados de irresistível “cacoethes scribendi” desde a infância, comentavam livros, e é essa compulsão literária que me espanta nos mineiros de então. Por isso, busco-os nas coletâneas de cartas, romances e livros de memórias que deixaram.
Fernando Sabino e Otto Lara Resende faziam parte, por assim dizer, da segunda geração de modernistas mineiros. Antes deles, houve os amigos que frequentavam o Café Estrela e o Bar do Ponto em Belo Horizonte (“solo sagrado”, segundo Pedro Nava), de onde escrutinavam as senhoras, procuravam os cadáveres nos armários dos santarrões da Tradicional Família Mineira e atacavam os passadistas: Drummond, Emílio Moura, Pedro Nava, Milton Campos, Gabriel Passos, Abgar Renault, Gustavo Capanema, João Alphonsus e outros, além dos menos assíduos, como Cyro dos Anjos e Afonso Arinos. De lá saíram as fantásticas memórias de Pedro Nava, a poesia universal de Drummond, a política sensata e honesta de Milton Campos e Afonso Arinos. (Milton Campos, como governador, lamentava não poder falar mal do seu próprio governo — uma arte mineira —, mas permitia que os seus correligionários o fizessem; sem dúvida, um sábio homem. E Cyro dos Anjos, com certeza lembrando-se das farras com os amigos, criou um dos mais famosos inícios de livro da literatura brasileira em “O Amanuense Belmiro”: “Ali pelo oitavo chope, chegamos à conclusão de que todos os problemas eram insolúveis”.)
No “Diário de Minas”, órgão oficial do Partido Republicano Mineiro, vigiados de perto pelo Palácio da Liberdade, eles conseguiam publicar o seu modernismo incipiente. Vale dizer: assim como os aristocráticos barões do café financiaram o modernismo paulista, a elite política mineira ajudou os seus jovens estetas revolucionários — talvez seja preciso um Freud para entender isso. Drummond, muitos anos mais tarde, perguntaria em versos a Emílio Moura (“Poeta Emílio”):
(...)
O Diário de Minas, lembras-te, poeta?
Duas páginas de Brilhantina Meu Coração e Elixir Nogueira,
uma página de: Viva o Governo,
outra — doidinha — de modernismo,
tua cegonha figura escrevendo o cabeço dos “Sociais”,
nós todos na esperança de um vale do Bola — o Eduardinho [gerente...

(...)
(Também no “Diário”, Drummond, redigindo uma notícia sobre um tiroteio iniciado por políticos do governo, aprenderia uma lição de mineiridade: em vez de publicar “O tiroteio em Montes Claros...”, como escrevera, foi aconselhado a corrigir o texto para “Os acontecimentos de Montes Claros...”.)
Esse pessoal publicou “A Revista”, uma tentativa, talvez a primeira, de levar de modo organizado o modernismo a Minas. A “Metal Leve”, dirigida pelo nunca suficientemente louvado José Mindlin, publicou, em 1978, uma edição fac-similar dos seus três números. Nela, pode-se ler no editorial-programa do primeiro número: “Não somos românticos; somos jovens”. Bem, não foram todos que ficaram impressionados com essa juventude. Eduardo Frieiro, por exemplo, em artigo no jornal “Avante”, chamou Drummond de “aquele mocinho esgrouviado, que tem cara de infusório”, atacando-o maldosamente: “Mais da metade da revista escorreu-lhe da pena. Espremeu o cérebro. Espremeu mesmo tudo o que em fermentação lhe escaldava o caco, e que não era muito, apenas a borra das últimas, apressadas leituras de revistas francesas. Agora está aliviado. E os leitores também”. Frieiro, famoso por suas farpas, também chamou os modernistas de Belo Horizonte de “caboclos bovarizados”. A briga deve ter sido boa nos bares, cafés e redações.
Em 1924, os jovens mineiros receberam o apoio de Mário e Oswald de Andrade, que foram conhecê-los liderando a famosa “caravana paulista”, visita que se tornou uma espécie de Semana de Arte Moderna de BH. Mário, a partir daí, iniciaria uma troca de cartas com eles, fundamental para a formação de todo o grupo. E dessa visita também nasceu o longo “Noturno de Belo Horizonte”, no qual o poeta, apesar do incentivo, é um tanto irônico sobre a aventura modernista de Minas:
(...)

Que luta pavorosa entre florestas e casas...
Todas as idades humanas
Macaqueadas por arquiteturas históricas
Torres torreões torrinhas e tolices
Brigam em nome da?
Os mineiros secundam em coro:
— Em nome da civilização!
Minas progride.

(...)

Na Fazenda do Barreiro recebem opulentamente.
Os pratos nativos são índices de nacionalidade.
Mas no Grande Hotel de Belo Horizonte servem à francesa.
Et bien! Je vous demande un toutou!
Venha a batata-doce e o torresmo fondant!

(...)
Pedro Nava, autor da mais surpreendente obra em prosa brasileira depois de “Grande Sertão: Veredas”, deixou-nos vários retratos dos seus amigos e da própria cidade nos seis volumes de suas memórias. Por exemplo, em “Beira-mar”, Nava rememora, com sua escrita inventiva, a sua vida em BH:
“Eu conheci esse pedaço do belo belo Belorizonte, nele padeci, esperei, amei, tive dores-de-corno augustas, discuti e neguei. Conhecia todo mundo. Cada pedra das calçadas, cada tijolo das sarjetas, seus bueiros, os postes, as árvores. Distinguia seus odores e suas cores de todas as horas. Seu sol, sua chuva, seus calores e seu frio. Ali vivi de meus dezessete aos meu vinte e quatro anos. Vinte anos nos anos Vinte. Sete anos que valeram pelos que tinha vivido antes e que viveria depois. Hoje, aqueles sete anos, eles só, existem na minha lembrança. Mas existem como sete ferretes e doendo sete vezes sete quarenta e nove vezes sete trezentos e quarenta e três ferros pungindo em brasa.”
(Outra digressão. Também em “Beira-mar”, Nava, meu companheiro de armas, conta sua desilusão amorosa com certa moça de nome Leopoldina: “Eu vivia um ‘puzzle’. Quando pensava tê-lo composto faltava-me o essencial e ela, Leopoldina, se esfarelava em negativas nos mil e noventa e cinco dias que sualma habitou a minha e a envultou”. É isso aí, seu Nava. Mas deixo essa história para outro texto.)
Depois vieram Fernando Sabino, Hélio Pellegrino (“socialista histórico, eventualmente histérico”), Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, que “puxavam angústia” nos bancos da Praça da Liberdade e imitavam Drummond subindo nos altos do viaduto de Santa Tereza. Sabino, em “O Encontro Marcado”, é outro que conta a boemia literária sua e dos amigos:
“Frequentavam a missa aos domingos, mas afirmavam, em seus artigos, que não se dobravam ante o clero reacionário (...). Liam Bernanos, Mauriac, Maritain — não chegavam até Santo Tomás, mas se diziam neotomistas. O que uma vez ou outra despejavam no confessionário na manhã de domingo, tornavam a fazer na noite de segunda-feira. Por exemplo: beber chope no bar até saírem bêbados, praticando desmandos pela rua. Pecado por intemperança.”
Pelas ruas de BH, os personagens do romance (ligeiramente à clef) de Sabino recitam versos (a geração seguinte, aliás, também teria o seu romance à clef de formação, “Um Artista Aprendiz”, de Autran Dourado):
“Não ligavam: eram superiores. Juntos, faziam suas descobertas literárias. Que literatura proletária! Verlaine, isso sim; Rimbaud e Valéry. Juntos choraram Baudelaire. Neruda, García Lorca, Fernando Pessoa, soltos pelas ruas:

— Sucede que me canso de ser hombre!
— La luz del entendimiento me hace ser muy comedido.
— O teu silêncio é uma nau com todas as velas pandas...”
E puxam angústia:
“Nada mais a fazer — a cidade dormia e a noite avançava. Cansados, deixaram-se ficar num dos bancos da praça:

— Chegou a hora de puxar angústia.
Puxar angústia era abordar um tema habitual, como el sentimiento trágico de la vida, la recherche du temps perdu, to be or not to be.”
(Lendo esse trecho, só podemos lamentar que a angústia que puxamos nos dias atuais seja curada com psicofármacos e não com livros: livro é elixir paregórico da alma.)
Também da turma de Fernando e Otto, Paulo Mendes Campos (os três e Hélio Pellegrino diziam-se “os quatro cavaleiros de um íntimo apocalipse”), que puxou angústia durante toda a sua vida, lamentou, num belíssimo poema, a perda da adolescência belo-horizontina (“Fragmentos em Prosa”):
(...)
Vem de longe, dos tempos de ginásio, o meu gosto pelo álcool.
Vem de mais longe talvez, de regiões oprimidas da infância,
De um ancestral incompetente, de uma horda de heranças infelizes,
Uma vontade de falar, de cuspir.

Folha morta, déçà, délà, fui arrastado pelas ruas
Na tranquilidade fresca da madrugada de Minas.
Havia um poder suicida em cada coisa:
O vento era uma coisa forte e me estremecia,
O azul era uma coisa forte e me estremecia,
A mulher era uma coisa forte e me estremecia,
A aurora, a tarde arrastando-se no quintal,
Tudo me estremecia e me empurrava para a vida e para a morte.
Em meus versos havia uma força louca de poesia,
Nos pensamentos meus e alheios radiavam deuses violentos,
Em todos os meus gestos, uma grandeza pensada e magnífica.

Ó confusa adolescência! já não entendo teu clamor,
Tuas vigílias, tuas angústias, as armas de teu combate.
Meu rosto está sereno quando penso em ti
Mas bem no íntimo tenho uma vontade de unhar-me,
De esbofetear-me, de morrer. Morreu contigo
O sol denso da tragédia. Morreu contigo
O pássaro rubro amigo de meu ombro. Morreu contigo
Uma palpitação, um frêmito constante. Morreu contigo
Meu inconformismo cruel, minha dignidade na desgraça. Contigo
A parte de mim mais infeliz e fiel.
Meu namoro com a paisagem mineira e minha conversa com os seus escritores vêm de longe. Eu era criança e, antes mesmo de me dar conta de quem seria Drummond, coloquei Pedro Nava no meu panteão de heróis. Via meus pais lendo seus livros e acompanhando as notícias sobre Nava no suplemento “Cultura” do “Estadão”. Sabia, por causa de comentários entreouvidos e antes de ter a capacidade de lê-lo, de seu fascínio, ou mesmo obsessão, pela morte e pela sexualidade. Lia trechos dos seus livros, colocados como totens nas estantes da velha casa de minha família no Setor Sul e, do pouco que entendia, ficava mesmerizado. Dos escritores de Minas, posso dizer que os conheço e amo desde sempre. Hoje sou Promotor de Justiça, lido com crimes e agressões ao meio ambiente, mas há em mim uma pulsão não realizada: cresci querendo ser um escritor mineiro.
Curiosamente, a mineirada acabou cumprindo as profecias feitas por Vinícius de Moraes na sua “Carta Contra os Escritores Mineiros”, de 1944. Nela, Vinícius, por achá-los enclausurados no interior e isolados entre montanhas, conclamava: “Precisais de água, a água do mar”. Assim, como o mundo vivia mudando sem o seu consentimento e era preciso fugir do isolamento, quase todos foram para o Rio — mas levaram Minas na alma (e onde, no início dos anos 80, Otto, perguntado se voltaria a Minas durante uma campanha informal de repatriamento coletivo, respondeu com outra lição de mineiridade: “Meu filho, eu não mereço”).
Tudo isso que foi vivido por eles está nas cartas de Otto Lara Resende e Fernando Sabino e também no fantástico livrinho de Humberto Werneck, “O Desatino da Rapaziada: Jornalistas e Escritores em Minas Gerais” (Companhia das Letras, 1992). Lendo-os, esses livros trouxeram-me aquela BH boêmia e literária e, sadicamente, comparei-a com a minha Goiânia atual e constatei o que outros já perceberam: gastamo-nos diariamente em atividades sem importância, em conversas fúteis no Facebook e coisas do tipo. Fundamentalmente, somos seres cada vez mais passivos (melhor dizendo, não somos na essência da palavra, ou ao menos eu não sou: há em mim um amor que não se cumpriu, um filho que não tive com a mulher que amei, uma profissão que se paralisou por tédio e esgotamento, um livro que minha dispersão me impede de escrever). E como ficamos aqui a reclamar e nunca agimos, transformamo-nos todos em ranzinzas e burocratas da vida cotidiana (se chorar épocas passadas é vício de velho, então sou velho e revelho de muitos anos).
As facilidades da vida moderna (e, contraditoriamente, também as suas agruras) parecem ter tornado a pacata vida burguesa uma paisagem permanente. Se não há mais jovens como os escritores mineiros, não haverá quem queira, como eles — é Nava quem conta —, “a deposição do presidente do Estado, o encarceramento dos seus secretários, um esbordoamento de deputados e uma matança de delegados”. Já a arte contemporânea, em tudo oposição ao que faziam os mineiros, é esse grande pós-nada e, ainda assim, é best seller nas livrarias, lota cinemas e é vendida a preços estratosféricos nas galerias. Nosso tempo é o de vanglória por causa de textos de 140 caracteres.
É com nostalgia, portanto, que leio as cartas dos mineiros. Mas sei que, como o Totônio Rodrigues e a Tomásia do poema de Manuel Bandeira, estão todos mortos: Drummond, Nava, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, todos eles. Com as cartas de Otto Lara Resende, penso naquele Brasil que dava importância a pessoas como eles, naquela época em que a literatura — uma religião, um compromisso para toda a vida, um ritual que se cumpria — era o sinal distintivo da erudição, em que as pessoas cultas tinham os livros e não só o cinema como referência cultural, e lamento o seu desaparecimento (nada contra o cinema, apenas não entendo que ele possa ser a única base cultural de alguém). Esse Brasil, nós o perdemos: ele está dormindo profundamente.
Sim, Drummond: Minas não há mais. E nenhum Brasil existe. 

SAL MINEO

HAPPY BIRTHDAY SAL MINEO

PATO DONALD E SHIRLEY TEMPLE (1939)

WALT DISNEY

disneyprince:

High resolution version of the iconic photograph.
Mickey and Minnie Mouse smooch in Walt Disney’s Puppy Love (1933)

O BALÃO VERMELHO (1956)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MEU PÉ DE LARANJA LIMA (1970)


filme brasileiro baseado no best-seller de José Mauro de Vasconcelos. Drama infantil que emocionou muitas gerações. A história de Zezé, menino de seis anos de idade. Muito pobre, ele brinca num pé de laranja lima que se torna seu amigo e confidente.