quinta-feira, 31 de maio de 2012


CURTA: PUB DOG

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PARIS É UMA FESTA


Paris é uma Festa é o conjunto de memórias do autor americano Ernest Hemingway sobre seus anos na agitada Paris da década de 20. Além de pintar um quadro desse tempo, ele esboça a sua luta como jovem escritor entre os famosos da época e a sua relação com sua primeira esposa, Hadley.
Em Paris é uma Festa revela um Hemingway diferente. Em Paris, aos 22 anos, ele lê, pela primeira vez, clássicos como Tolstói, Dostoievski e Stendhal. Convive com Aleister Crowley, Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald, Ford Madox Ford, John Dos Passos, James Joyce e Gertrude Stein, nomes mais que importantes na literatura do século XX.

Toda essa experiência foi essencial para Hemingway ser um bom escritor e viver em absoluta fidelidade consigo próprio. Há, em Paris é uma festa, momentos de suave melancolia, alternados com outros de cortante, quase selvagem crueldade.
O livro começou a ser escrito no outono de 1957, em Cuba, e foi finalizado na primavera de 1960. Após ter escrito Paris é uma Festa, Hemingway recapturou, durante algum tempo, a felicidade perdida, o gosto da juventude, vividos naquela época. Depois disso colocou, então, na boca os dois canos da Shotgun, sua carabina de caça predileta, e atirou, acabando assim com sua vida.
O livro foi editado pela quarta esposa de Ernest, Mary Hemingway, e publicado em 1964, quatro anos após a morte do escritor. Ele contém observações e relatos pessoais de sua experiência em 1920. Fornece detalhes de endereços específicos de cafés, bares, hotéis e apartamentos que ainda podem ser encontrados hoje em dia em Paris.
O título foi sugerido por um amigo de Hemingway, A.E. Hotchner, autor de Papa Hemingway, e vem de uma conversa a dois que tiveram uma vez sobre a cidade durante as primeiras visitas de Hotchner à Paris:
"Se você tiver a sorte de ter vivido em Paris, quando jovem, então onde quer que vá para o resto de sua vida, ela permanece com você, porque Paris é uma festa."
Antecedentes:

Em 1956, Hemingway, encontrou uma mala deixada no porão do Hotel Ritz, em Paris. A mala continha os cadernos com anotações que fizera durante os anos em que viveu em Paris. Ele transcreveu os cadernos e durante o período em que trabalhou em Dangerous Summer terminou os manuscritos.
O livro foi publicado em 1964, após a morte de Hemingway. Uma reedição do romance foi publicada no final de 2009, com revisões feitas pelo neto de Hemingway. As restaurações são baseadas em um manuscrito "digitado com anotações originais a mão de Hemingway - o projeto do último livro que ele jamais terminou" e são, aparentemente, mais próximo da versão final pretendido por Hemingway.
Editado por Mary Hemingway:

 Hemingwaytrabalhou no manuscrito de Paris é uma Festa durante seus últimos anos, penosamente reescreveu algumas passagens-chave, e tinha preparado um projeto final antes de morrer. Após sua morte, no entanto, sua quarta esposa, Mary, na sua qualidade de executora literária de Hemingway, engajou-se na edição.
O estudioso literário Gerry Brenner da Universidade de Montana questionou os documentos editados e a sua validade, no seu livro, "Are We Going to Hemingway's Feast?" Depois de examinar a vasta coleção de documentos pessoais do escritor , que foram aberto ao público em 1979, com a inauguração da Biblioteca John F. Kennedy em Boston, incluindo notas e esboços iniciais de Paris é uma Festa, Brenner indica que Maria modificou a ordem dos capítulos no projeto final de Hemingway, para "preservar a cronologia". Brenner verificou que isso parece modificar a intenção do livro, interrompendo a série de esboços do caráter justaposto entre os indivíduos, como Sylvia Beach (proprietária da livraria " Shakesperare and Company") e Gertrude Stein. Além disso, um capítulo inteiro, intitulado "O nascimento de uma nova escola", que tinha sido abandonada por Hemingway, foi introduzido por vontade de Maria, sem justificação suficiente em seu conteúdo ou execução.
De longe, a grave edição, Brenner alega, que Maria excluiu um pedido de desculpas a Hadley, primeira esposa de Hemingway. Este pedido de desculpas aparece em diferentes formas em cada projeto do livro, e Brenner sugere que Maria foi excluindo essas partes porque elas imputavam seu próprio papel como esposa e acabavam indicando que Hadley fora o cônjuge mais importante.
Nova Edição:

Em 2009 uma nova edição, chamada de "Restored Edition", foi publicada por Seán Hemingway, neto de Hemingway e de sua segunda esposa. Ele inclui uma série de mudanças:
• A carta introdutório de Hemingway, reunida em vários fragmentos por Mary Hemingway, foi removida.
• Os capítulos intitulados "Birth of a New School" e "The Pilot Fish and the Rich", e grande parte do "Ezra Pound and the Measuring Worm", "There is Never Any End to Paris" e "Winter in Schruns" foram adicionados.
• O Capítulo 7 ( "Shakespeare and Company") foi deslocado para o capítulo 3, e o capítulo 16 ( "Nada y Pues Nada"), foi transferido para o final do livro.
• O uso de Hemingway da segunda pessoa foi restaurado em muitos lugares, uma mudança que Seán afirma que "trás o leitor para a história".
Parte do novo prefácio de Patrick Hemingway:
Aqui está a última mostra da escrita profissional do meu pai, o verdadeiro prefácio à Paris é uma Festa:
"Este livro contém material da remises da minha memória e do meu coração. Mesmo que uma tenha sido adulterada e o outro não exista.”

31 DE MAIO: DIA MUNDIAL SEM TABACO

Logo oficial do Dia Mundial sem Tabaco da OMSAtualmente podemos dizer que 6 milhões de pessoas morrem todos os anos por conta do vício do cigarro. Os dados são da Organização Mundial de Saúde, que instituiu, em 1987, que dia 31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco para tentar conscientizar as pessoas dos riscos que elas correm por conta do tabaco, não só a vida delas, a vida das pessoas próximas e de todos nós. Hoje o tabagismo é tratado como uma epidemia mundial até mesmo por conta do custo dos tratamentos para os dependentes. E vale sempre a pena promover a vida saudável .

Este ano, o tema da campanha é “A Interferência da Indústria do Tabaco”.

O Brasil adaptou a abordagem para o contexto nacional, enfocando os danos causados ao longo da cadeia de produção do tabaco ao meio ambiente e à saúde da população, como o uso agrotóxicos que agridem ecossistemas e fumicultores, desmatamento, trabalho adolescente e infantil, danos à saúde da população, como a dependência química à nicotina e o fumo passivo e, por consequência, o aumento do risco para o desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como Acidente Vascular Encefálico, infarto e diversos tipos de câncer. Daí, a escolha do tema nacional: “Fumar: faz mal pra você, faz mal pro planeta”.

JAMES JOYCE

OS ESCRITORES: JAMES JOYCE - Ontem me pediram sugestões de livros de autores de língua espanhola...isso me provocou uma confusão mental mas acabei com uma listinha singela, engraçado que ultimamente tenho que anotar tudo, minha memória anda falha. Depois pensei, poderia fazer uma espécie de especial com os escritores relevantes do século passado (estranho pensar que eu sou do século passado), não sei se será algo contínuo porque mudo de ideia tão rapidamente quanto as frentes frias que vem da Argentina, mas de estreia temos James Joyce.
Infelizmente os poucos caracteres que disponho não poderei escrever o que gostaria, mas biografias e livros de Joyce estão aí para ser acessadas. 
James Augustine Aloysius Joyce nasceu em  Dublin, 2 de fevereiro de 1882 e faleceu em Zurich, 13 de janeiro de 1941. Um dos escritorores irlandeses  mais reconhecidos e tido como um dos mais influentes do século XX. Aclamado pela sua obra prima , Ulisses (1922), tido como o livro mais importante do século passado, mas há outros livros de destaque como Os Dublineses (1914), e o seu semi autobiográfico Retrato do Artista quando Jovem (1916). 

Foto: James Joyce em 1904
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A música hoje vem da banda de Dublin Thin Lizzy em Dublin de 1971

www.youtube.com/watch?v=guYmOVMphqE - Fotolog

quarta-feira, 30 de maio de 2012

SÃO RETOMADAS AS VISITAS GUIADAS AO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

Depois de um tempo sem as visitas guiadas por conta do prédio que desabou próximo ao Teatro no início do ano, desde de terça-feira (10/5), o Theatro Municipal retomou o seu programa de visitas guiadas. O programa dá oportunidade ao público de apreciar de perto o resultado da reforma que devolveu brilho à principal casa de espetáculos do país.

- É uma alegria para o Theatro Municipal poder franquear o lado que o público não vê, pois a plateia só têm acesso à área de  espetáculo. Com as visitas, todos podem conhecer uma parte escondida do espaço – comemorou a presidente da Fundação Theatro Municipal, Carla Camuratti.

Guiados por monitores, grupos de 40 pessoas percorrem o Theatro em passeios com cerca de uma hora de duração. O roteiro inclui as áreas mais luxuosas como o foyer do balcão nobre e a platéia da sala de espetáculos, varanda lateral do balcão nobre e Salão Assyrio.

Pela primeira vez no Theatro Municipal, a moradora de Santa Catarina, Arcélia Jürgensen, ficou impressionada com a beleza e a história do espaço.

- Aqui é muito mais bonito que o Teatro Municipal de Paris – comentou a turista.

Os visitantes conferem também lugares a que o público não costuma ter acesso, como a área dos camarins. Eles conhecem o Boulevard, o jardim do Theatro, uma área nova, criada durante a reforma. A exibição de um pequeno documentário em vídeo sobre o restauro complementa a jornada.

Sofia Hartke, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já participou de outras visitas ao Municipa, mas veio mais uma vez para conferir como ficou a casa após a reforma.

- Sempre que posso venho passear por aqui. Estas visitas são importantes, pois os guias contam as histórias do local e tiram as nossas dúvidas. Conheci ambientes maravilhosos – revelou.

As visitas estão abertas de terça a sexta às 11h, 14h e 16h e no sábado às 11h e às 13h. O ingresso custa R$ 10. As entradas podem ser adquiridas na bilheteria do Theatro. Reservas poderão ser feitas pelos números de telefones: (21) 2332-9191 e 2332-9134. A classificação etária é livre.

O Theatro Municipal fica na Praça Floriano, s/nº, Centro. Rio de Janeiro

A ESCOVA DE DENTES E A NOVA FACE DA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO


A economia mundial não está somente ligada às grandes transações econômicas. Na verdade boa parte da economia está ligada nas mercadorias mais simples do nosso dia a dia. Como por exemplo, uma escova de dentes. Nada mais normal se você estiver no Brasil, na Austrália, em Chipre ou nos Estados Unidos e comprar uma escova da marca Oral-B. Sim, mas e daí, daí que você reparar bem a embalagem não vem mais escrita MADE IN CHINA, mas sim FABRICADO NOS EUA. Aqui no Brasil se prestarmos atenção no verso da embalagem, está lá a nova face da divisão internacional do trabalho:


Fabricado por:
Oral-B Uma divisão da Procter & Gamble
1832 Lower Muscatine Rd., Iowa City,
52240-4502, Iowa, USA

Embalado por:
Procter & Gamble Manufactura
Loma Florida No. 32 Col. Lomas de Vista Hermosa
Delg. Cuajimalpa de Morelos 05100 México, DF.

Importado por:
Procter & Gamble do Brasil S/A
Rua E, nº 1457, Campo Alegre, Queimados – RJ
CEP 26373-280. CNPJ 59.473.770-69.

A sua escova de dentes de cada dia é feita nos EUA, embalada no México, e exportada para o Brasil. O que leva a gigante Procter & Gamble a fabricar e montar no seu pais de origem uma simples escova de dentes? O capital muda de pele, assim como você deveria mudar de escova a cada três meses cara pálida.
A P&G é a maior produtora mundial de artigos de higiene pessoal e limpeza, além de um monte de eletrodomésticos, etc. Emprega 127 mil trabalhadores em todo o mundo. Ocupa a 21ª colocação na lista das Maiores Empresas do Mundo do Financial Times Global 500. Faturamento em 2011: US$ 80 bilhões; lucro líquido: US$ 12,4 bilhões; taxa de lucro: 16,25%.
Importante: estamos a falar de uma empresa de manufatura industrial, a esfera mais importante de uma economia nacional, uma das esferas que vem caindo no Brasil.
Essa é mais uma faceta da crueldade do livre mercado: o desenvolvimento desigual e combinado do sistema imperialista cobra seu preço na moeda mais preciosa do desenvolvimento econômico internacional. O faturamento da P&G equivale a cerca de um quarto da produção industrial brasileira. É mole? Mas o por quê dessa desigualdade é o que deveriam explicar os governantes dos Brics por exemplo – com pagamento do salário abaixo do valor da força de trabalho, prolongamento da jornada, etc. – e não ficar pateticamente reclamando da taxa de câmbio, dos impostos e de outras superficialidades do processo.
Mas o problema agora é o seguinte: não seria mais lucrativo para a P&G, como de resto já fez nas últimas décadas da globalização, o deslocamento da montagem e embalagem da Oral-B para os países de baixo custo como China, México, Brasil, Haiti, Egito, e outros países que se vendem para as empresas globais?
Talvez a resposta esteja já embutida na própria pergunta: a P&G voltou a produzir sua escova de dentes nos EUA porque começa a ficar mais lucrativo fabricar nos EUA mercadorias que nas últimas décadas eram fabricadas em economias dominadas.
Duvidoso? Quem acreditava, por exemplo, que o deslocamento das fábricas no espaço da acumulação capitalista global teria uma eterna mão única das “economias ricas” para as “emergentes”, agora se defronta com fortes sinais de um movimento contrário – a volta de grandes empresas norte-americanas para sua terra natal”. E da conclusão? “Os custos do trabalho nas manufaturas dos dois países [EUA e China] tendem a se igualar nos próximos cinco anos, retirando o principal atrativo da exportação de capital industrial dos EUA para a China”.
O caso da Oral-B “fabricada nos EUA” com que nos defrontamos na nossa simples escova de dentes se trata de uma manifestação (comprovação?) altamente didática dos movimentos mais profundos da acumulação do capital mundial.
Tudo leva a crer em um novo capítulo na divisão internacional do trabalho.
Ah e antes que me esqueça, trate de escovar bem os dentes após às refeições.

“O futuro: midiático ou virtual?” será o tema do próximo “Seminário Brasil, brasis” de 2012, da Academia Brasileira de Letras

A Academia Brasileira de Letras dá continuidade à sua série de Seminários Brasil, brasis de 2012 com o tema O futuro: midiático ou virtual?.A proposta é debater uma visão sobre a formação de redes de comunicação e o papel das grandes mídias no universo virtual. A coordenação é do Acadêmico Domício Proença Filho, Primeiro-Secretário da ABL. Os participantes serão os jornalistas e profissionais de televisão Luis Erlanger e Marcelo Tas. O evento está programado para  o dia 31 de maio, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., 280 lugares, na sede da  ABL, na Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro.
O Seminário Brasil, brasis, com entrada franca e transmissão ao vivo pelo Portal da ABL, tem patrocínio do Bradesco.
Saiba mais
Luis Erlanger
Luis Erlanger, nascido em 1955 no Rio, formou-se em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ. No jornal O Globo, onde entrou como estagiário, foi repórter da Editoria Rio, chefe de Reportagem e, depois, transferido para a Editoria de Política. Em 1984, trabalhou como correspondente nos EUA, durante a Convenção do Partido Republicano para a sucessão presidencial norte-americana. No mesmo ano, transferiu-se  como repórter de política para a Sucursal em Brasília. Cobriu a eleição para Presidente da República, doença e morte de Tancredo Neves. Em 1990, tornou-se Editor-Chefe do Globo, cargo que ocupou até 1995, quando  foi para a TV Globo, assumindo a função de Diretor Editorial da Central Globo de Jornalismo. Desde 2000, ocupa a posição de Diretor da Central Globo de Comunicação, sendo o executivo responsável pelas estratégias de Comunicação Institucional, Propaganda e Design, Relações Externas e pelo Centro de Documentação. Estão ainda na sua área o Globo Universidade e o Memória das Organizações Globo. Também dirige os projetos sociais da Globo, como Criança Esperança, o Amigos da Escola e o Ação Global. É conselheiro da Fundação Roberto Marinho.
Marcelo Tas
Marcelo Tas é  jornalista, autor e diretor de televisão. A ênfase de seu trabalho está na criação de novas linguagens nas várias mídias onde atua. Na TV, entre suas obras destacam-se o repórter ficcional Ernesto Varela e as séries infantis Rá-Tim-Bum (TV Cultura). Também participou da criação do Programa Legal, Telecurso (TV Globo) e do Beco das Palavras, um game interativo no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Atualmente, é âncora do programa CQC, na Band; autor do "Blog do Tas", no Terra; e colunista das revistas IstoÉ e Crescer (Editora Globo). Recebeu muitos prêmios no Brasil e no exterior, entre eles a bolsa da Fullbright Comission, quando foi artista residente na NYU- New York University, nos Estados Unidos.

A FACE DIÁRIA DA MORTE , ONDE ESCONDEMOS A NOSSA HUMANIDADE?

A cada mil crianças que nascem no mundo, 57 morrem antes dos cinco anos. Bem da verdade a mortalidade infantil vem diminuindo, mas nada que possamos comemorar , só em 2010 morreram 7,6 milhões de crianças .
O pior ainda é imaginar que dois terços desses casos poderiam ser facilmente evitadas. As principais causas são pneumonia, malária, HIV, diarréia. Mas a principal delas é a miséria. Dos dez países em que a situação é mais dramática, nove são na África subsaariana, e o outro é o Afeganistão. Um terço destas crianças sofre de malnutrição. Muito mais sofrem com a falta de água tratada e esgoto.
São crianças dos cinco continentes que estão sofrendo. Horrível demais, ainda mais quando sabemos dos números absurdos pelos governos com estádios de futebol e guerras estúpidas. Quando poderemos enfim acabar com tamanha dor ? Por que não há campanhas ou reportagens recorrentes? Parece que ninguém quer saber..ninguém quer lembrar.
 A crise do momento é no Iêmen. São 25 milhões de pessoas, xiitas e sunitas em partes iguais, inimigos. O governo é dono de quase tudo, e 90% da sua receita vem da venda de petróleo, que é retirado do solo e exportado por companhias estrangeiras. Se livraram recentemente, e parcialmente, de um presidente corrupto, na onda da Primavera Árabe, mas ele continua influente no governo.
Mesmo com um novo governo de transição, as facções se digladiam, a Al-Qaeda continua ativa, e a miséria aumenta e a morte sorri satisfeita.
Não há paz, não há dinheiro, não há comida. Metade da população passa fome. Em algumas áreas, um terço das crianças estão severamente mal-nutridas. Na capital milenar, Sanaa, em um hospital sem recursos, uma mãe abraça um esqueleto que chora. É uma visão horrível demais para ser contemplada.
reuters forastieri Uma foto que vai te fazer mal, e a melhor razão para você fazer o bem
A razão deste sofrimento indizível é quase sempre a mesma: nós.  A imensa maioria destas mortes são de responsabilidade humana. Ou, pelo menos, está dentro do nosso alcance evitá-las. Mas não o fazemos. Porque decidimos que existem coisas mais importantes que salvar crianças, comprar um celular novo, trocar de carro quem sabe e congestionar mais as estradas e poluir mais o ar. Estamos sempre a ser induzidos cada vez mais por futilidades, por compras, gastar dinheiro para ficarmos sempre endividados e aumentar o lucro de bancos e altas corporações.
Mas então por que se envergonhar? Eles são estranhos, terroristas, odeiam o ocidente e estão longe de nós?  Longe? Não se imaginarmos que aqui no Brasil mesmo são milhares de crianças morrendo sem razão, todos os anos.
Quem poderia acabar de vez com este sofrimento lava as mãos. Cadê a ONU? Mas se ficarmos esperando só pelas autoridades cada vez mais controladas por multinacionais e organismos financeiros nada será feito. Resta tentar o impossível, com a consciência que a vitória não virá.
Não há exemplo de coragem maior que os Médicos Sem Fronteiras. Estão, neste exato momento, salvando quem não teria salvação. Nos quatro cantos do planeta e no Iêmen também. São heróis. Precisam da sua ajuda, da nossa ajuda.
Lembre-se que a cada dia vinte e uma mil crianças com menos de cinco anos de idade morrerão hoje, mais amanhã, a cada quatro segundos uma criança morre. 
Os números são monstruosos, incompreensíveis, que nos causa desespero e aflição, bem pelo menos em quem tem coração.
Mas os números são frios pois precisamos muitas vezes ver imagens como essa para nos tocarmos e que lembremos das nossas consciências, afinal são pessoas da nossa espécie, são seres humanos e lembramos que temos um dever a cumprir, muito mais que religioso, muito mais do que aparecer bem na fita e estar na última moda, é um dever de humanidade, isso vale muito. Seja humano, seja solidário, ajude a salvar uma vida . Custa um real por dia.

terça-feira, 29 de maio de 2012

ESTÁ A FIM DE UMA CHUVA?

Na internet é bem capaz de você encontrar até o inimaginável. Até mesmo um site que diz paravocê relaxar ouvindo o barulho da chuva. O site é o Rainy Mood. Para conferir clique  aqui.
Você entra no site, e instantaneamente começa a ouvir barulhinho de chuva. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. É isso. Ah, você pode escolher entre deixar o vídeo ligado ou desligado.
O vídeo mostra gotinhas escorrendo em um vidro e nada mais. No site também você pode conferir a música do dia. Cada dia, uma música que tenha a ver com chuva.
Clicou, abre um videozinho com a música. 
Mas sabe que até gostei de ouvir o barulhinho da chuva..
E o Rainy Mood tem seguidores,no Twitter (5469 seguidores), Facebook (152 mil pessoas Curtiram!) e outras redes sociais. 
Até no YouTube, onde você pode ter uma palinha de 12 minutos e oito segundos.
Tudo bem em entrar num clima calmo, meditativo, talvez levemente melancólico... só cuidado para simplesmente não cair no sono...rs

segunda-feira, 28 de maio de 2012

GRAFFITE DE BLEK LE RAT








ATIVIDADES CULTURAIS

Maio 26, 2012

  • O grupo Racionais MC’s gravou partes de um vídeo no  prédio Marighella localizado na Cracolândia de São Paulo e ocupado  pelos sem teto. O local está em conflito entre os moradores, que estão  a poucos dias de conseguir o imóvel pelo usocapião, com 5 anos de  posse, e autoridades que defendem o proprietário (que por sua vez não  paga o IPTU há anos). Com 1.300 pessoas na ocupação o Racionais foram  dar apoio ao grupo sem-teto, que pode ser expulso com a mesma  truculência usada em Pinheirinhos. Estamos neste apoio pelo povo e sua  terra de direito.

  • O Museu de arte moderna da Bahia (MAM-BA) traz para o brasil a mostra  ‘Remue-ménage’que mistura artistas suíços e brasileiros em projeto  interativo.Estarão presentes intervenções, performances, encontros e  oficinas de artistas brasileiros e suíços, movidos por questões acerca  da arte contemporânea. Além disso algumas obras tem um tema comum: as  relações de gênero e o feminismo. Artostas como Adailton Santos e  Esther Maria Jungo terão trabalhos expostos até o dia 22 de julho com  entrada gratuita.

  • O Museu Memorial da Navegação em Belém do Pará está com uma exposição  em cartaz pela última semana. Trata-se de Mangal das Garças que reune  10 fotografias de quatro fotógrafos paraenses: Alexandre Lima, Armando  Queiroz, Geraldo Ramos e Rafael Araújo. A idéia é mostrar a relação do  homem com o rio, e a natureza.

  • O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro inaugura nesta  terça (29) a exposição “Amazônia – Ciclos de Modernidade” que fica em  cartaz até 22 de Julho. A idéia é apresentar a cultura amazônica por  meio de sua arte, arqueologia, história e urbanismo, usando a  tecnologia para envolver o público.
  • O Museu de Arte de São Paulo (MASP) traz até o dia 15 de julho a mostra “Amedeo Clemente Modigliani: Imagens de uma Vida” que conta a vida e obra do italiano. Com 61 obras de Modigliani e sua mulher Jeanne Hébuterne, a mostra traz também manuscritos, cartas e fotografias. Depois do Masp a mostra segue para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
  • Rabin Ajaw. Calma, isto não é uma ofensa. É o nome da exposição que  ocorre a partir desta terça (29) no Centro Cultural Banco do Brasil.  Rabin Ajaw são os rostos, expressões, ritos, materiais, mitos e peças  de vestuário que retratam a origem e a cultura maia da Guatemala. 
  • A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprovou nesta semana o PL  556/07, que vai permitir às rádios comunitárias receberem recursos do  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para aquisição de  equipamentos, modernização das instalações ou para a produção de  programas culturais e educativos, assim como cursos de formação  profissional. Além disso com a aprovação de outra PL, a 629/11, as  rádios comunitárias poderão receber. Sintonize comunidades.

  • A partir desta segunda (27) e até o fim da semana a cidade cosmopolita  de  São Paulo vai celebrar a cultura e as tradições das diferentes  comunidades imigrantes na Festa do imigrante. Com atividades  diversificadas como espaço infantil, intervenções cênicas, distribuição  de impressos com curiosidades sobre diferentes idiomas, culinária show,  oficinas de artesanato. A festa ocorre no Complexo da antiga Hospedaria  de Imigrantes na Mooca,e contará também com o espaço do Cine Imigrante  que apresenta longas como “O ano em que meus pais sairam de férias” de  Cao Hamburger; Baile Perfumado de Lírio Ferreira e Paulo Caldas; “Um  Passaporte húngaro” de Sandra Kogut; e curtas como “Avós de Michael  Wahrman, “Chá verde e arroz” de Olga Futemma; Dov’é meneghetti” de Beto  Brant e Lampião, o Rei do cangaço de Benjamin Abrahão.

  • A Cinemateca Brasileira em São Paulo exibe até o próximo fim de semana  a mostra “Mestres do cinema Mexicano” que traz com entrada franca  grandes clássicos ainda pouco conhecidos do público. Destaque para A filha do engano, El gran calavera, A ilusão viaja de trem, Nazarin  e  Subida ao céu todos de Luis Buñuel. Haverá também uma parte dedicada ao  lutador El Santo em cinemas como Anónimo mortal, de Aldo Monti; Santo y  Blue Demon contra los monstruos, de Gilberto Martínez Solares e Santo  contra las lobas, de Jaime Jiménez Pons e Ramón Obón.


  • A Cinemateca Brasileira exibe a partir da próxima sexta (1) a  “Docpoint- mostra de documentários finlandeses” que ficará até o  próximo domingo (3). Na programação docs como Como se apanha frutos  silvestres  de Elina Talvensaari; Crianças de guerra de Erja Dammert; Entre sonhos de Iris Olsson; Eternamente teu de Mia Halme e O vapor da  vida de Joonas Berghäll e Mika Hotakainen.

  • Os sapos coacham, Freud explica, e a Cinemateca Brasileira traz um  ciclo de cinema e psicanálise com “Tradição invenção” que começa neste  domingo (27) e vai até outubro.Sempre as 18 horas do domingo, o ciclo  será inaugurado no dia 27 de maio com a projeção da série de 3 partes  Imagens do inconsciente, dirigida por Leon Hirszman que registrou o  trabalho da psiquiatra Nise da Silveira e a arte produção, e serão  exibidas uma a cada domingo.

  • O movimento BaixoCentro pretende organizar uma festa junina no finado  Elevado Costa e Silva, o Minhocão. Em parte da  programação homenageará o centenário de Luiz Gonzaga e terá contação de  histórias, artistas de rua encenação de folclores juninos, além de um  enorme casamento coletivo. A festa está prevista para 1º de julho das  15h às 22h. Com muita festa e atividades de associações, centros  culturais,entre outros para estourar as veias do coração paulista.

  • A Oi Futuro de Belo Horizonte apresenta nesta terça (29) a exposição Palavraimagem às 19h de Rogério Fernandes, artista mineiro/nordestino,  que vai contar ao público sobre suas criações em superfícies múltiplas, que levam arte para ambientes até então pouco explorados por artistas convencionais.  Então se liga que a entrada é aberta a todos…


  • A louvável Beatriz Moreira Costa, Mãe Beata de Yemanjá, foi convidada  pelo Itamaraty, e pela Organização das Nações Unidas (ONU), para abrir  a Conferência do Fórum das Mulheres da ONU, jundo com algumas chefes de  estado no dia 19 de junho no Rio de Janeiro. Mãe Beata lançou em  Fortaleza no Theatro José de Alencar seu livro  “Caroço de Dendê – A Sabedoria dos Terreiros”.

A EUROPA E O ÓDIO AO OUTRO

Dante Gallian é um historiador, e nos dá uma brilhante palestra a respeito da relação da Europa e a imigração, que por conta da crise econômica no Velho Continente, vem aumentando os casos de Xenofobia e poder da Extrema Direita.

Sendo Humano


Encontrei esse texto bem interessante e muito bem escrito do estudante de Psicologia Igor Teo, que compartilharei aqui.
O psicólogo e filósofo William James descreveu a consciência como uma corrente a fluir continuamente, e que o estudo da mesma deveria se dar na experiência real e imediata. Segundo o filósofo John Dewey, a experiência tem um claro caráter de continuidade, um fluxo em movimento e desenvolvimento, de forma que a experiência do sujeito em cada situação serve como instrumento e como fonte de conhecimento para que ele possa lidar com as situações que se seguem. Ambos ficaram conhecidos como representantes da escola filosófica do Pragmatismo, que buscava enfatizar a experiência humana não se constituindo de forma externa ou interna a si mesmo, mas sim na própria interação do organismo com o meio. Dessa maneira, nega-se a existência de uma verdade já dada e externa ao organismo (empirismo) ou que a razão pura possa ser a melhor forma de se apreender a verdade (racionalismo). A verdade emerge da interação do organismo com o meio através da experiência.

O psicólogo norte-americano Abraham Maslow, conhecido como fundador da psicologia humanista, sustenta que a unidade natural de estudo do ser humano deve ser pessoa total. Seja o ser humano são ou não, ele deve ser estudado em sua totalidade, dentro de uma compreensão global da pessoa e não em traços isolados. Os posicionamentos de Maslow serão mais tarde também de grande influência também para a linha Transpessoal. O comportamento humano é visto assim de forma muito mais complexa que simples estímulos e respostas, envolvendo elementos como razão, sentimento, liberdade pessoal e arte, além de ódio, raiva, desejo e egocentrismo.



Ao estudarmos qualquer fenômeno humano é preciso analisá-lo em seus diversos planos, desde o plano genético (como seres biológicos), até o aspecto sociocultural. O plano individual e particular de cada sujeito é construído no contexto sociocultural, estando dele indissociável. Do mesmo modo, a cultura também não está separada do contexto filogenético, pois ao mesmo tempo em que somos seres biológicos que nascemos com características adaptativas para a espécie, somos seres sociais, cujo desenvolvimento cultural também é característico de nossa espécie. Não é possível separar o que é influência genética do que é influência do ambiente onde o sujeito se desenvolve. A interação dos genes com o ambiente se dá em diversos níveis, dependendo de diversos fatores, o que faz do desenvolvimento de cada indivíduo algo imprevisível. Há na realidade um interacionismo, onde os aspectos hereditários influenciam e são influenciados pelo ambiente.
Algumas vezes vemos sair na mídia umas notícias como “pesquisadores descobrem o gene da felicidade”. Os jornais que veiculam esta notícia mostram grande superficialidade no entendimento do assunto. Em primeiro lugar, os genes podem influenciar alguns comportamentos? Sim, é possível, mas em nenhum momento os mesmos se fazem determinantes. Exemplificando: imaginemos que Fulano possui uma combinação genética que supostamente o faz uma pessoa agressiva. No entanto, isto é supostamente apenas uma influência, pois não é sua carga genética que atua como desencadeadora de qualquer ação, mas o contexto que aquela pessoa estiver no futuro que poderá desencadear uma suposta ação. Os genes não ordenam a ninguém a ser agressivo, e tampouco servem de desculpa para alguém agir assim. Ou seja, possuindo a suposta carga genética ou não, todos nós podemos ser agressivos, basta que exista um determinado contexto particular que cause isto.
Se um dia nosso personagem Fulano estiver guiando seu automóvel no trânsito quando alguém cortar seu caminho e ele reagir xingando o outro motorista, não foram os genes que determinaram a ação, mas constituem uma das variáveis envolvidas naquela situação. Foi a própria experiência da situação em relação com a subjetividade daquele sujeito que permitiu o aparecimento daquele comportamento, e o mesmo não se daria de forma independente de algum contexto e intencionalidade do sujeito que propiciasse sua ocorrência. Dessa forma, na espécie humana, é somente dentro de um contexto sociocultural que há a manifestação do biológico como conhecemos, e sem o primeiro, o segundo não se constituiria no nível de complexidade que vemos existir.
O desenvolvimento de todo ser humano está inserido em um sistema de significados culturais, cujos significados dados estão propensos a mudanças a partir das ações de cada indivíduo. O fenômeno humano é, portanto, um sistema aberto, em que a previsibilidade exata é impossível. O homem é visto assim de forma livre e intencional, valorizando-se a responsabilidade, percebendo o homem como implicado e configurado – mas não determinado – em seu ambiente. A experiência de vida torna-se um projetar-se, um eterno devir, um projeto sempre em construção.

222 livros sobre a vida e a obra de grandes nomes da cultura brasileira para download

A Coleção Aplauso, projeto da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, disponibiliza 222 livros sobre a vida e a obra de grandes nomes da cultura brasileira para download ou leitura on-line. Os livros podem ser baixados nos formatos TXT ou PDF ou lidos no próprio site. 
São biografias e depoimentos de artistas, cineastas, músicos, dramaturgos, além de roteiros de cinema, peças de teatro e a história de algumas emissoras de televisão como TV Tupi, TV Excelsior e Rede Manchete, estão disponíveis. 
Fazem parte do acervo nomes como: Zezé Motta, Walmor Chagas, Wagner Tiso, Tonico Pereira, Teresa Aguiar, Stênio Garcia, Sônia Oiticica, Sergio Viotti, Sergio Cardoso, Rubens Corrêa, Rogério Duprat, Rosamaria Murtinho, Renato Consorte, Pedro Paulo Rangel, Raul Cortez, Ozualdo Candeias, Paulo Betti, Paulo Hesse, Paulo José, Pedro Jorge de Castro, José Vicente, Marici Salomão, Noemi Marinho, Rodolfo Garcia Vázquez e Samir Yazbek.
Na apresentação do projeto, que foi criado em 2009, o professor Hubert Alquéres escreve: “A Coleção Aplauso, concebida pela Imprensa Oficial, tem como atributo principal reabilitar e resgatar a memória da cultura nacional, biografando atores, atrizes e diretores que compõem a cena brasileira nas áreas do cinema, do teatro e da televisão. Em entrevistas e encontros sucessivos foi-se estreitando o contato com todos. Preciosos arquivos de documentos e imagens foram abertos e, na maioria dos casos, deu-se a conhecer o universo que compõe seus cotidianos. A decisão em trazer o relato de cada um para a primeira pessoa permitiu manter o aspecto de tradição oral dos fatos, fazendo com que a memória e toda a sua conotação idiossincrásica aflorasse de maneira coloquial, como se o biografado estivesse falando diretamente ao leitor”.

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O CORVO

de Edgar Allan Poe
Tradução de Fernando Pessoa (1924)

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
     É só isto, e nada mais."
'Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, vagos curiosos tomos de ciências ancestrais ...' (Ilustração de Gustave Doré)
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
     Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo:
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
     É só isto, e nada mais."
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, de certo me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo
Tão levemente, batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
     Noite, noite e nada mais.
'E abri largos, franqueando-os, meus umbrais. Noite, noite e nada mais.' (Ilustração de Gustave Doré)
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse os meus ais,
     Isto só e nada mais.
Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.
Meu coração se distraia pesquisando estes sinais.
     É o vento, e nada mais."

domingo, 27 de maio de 2012

O LADO INFELIZ DE SISSI


É difícil encaixar a imagem sorridente que temos de Sissi no filme Sissi A Imperatriz, com a atriz Romy Schneider, e sucesso na década de 50 com a da imperatriz Elisabeth da Áustria. 
Na trilogia do diretor Ernst Marischka, Sissi é uma moça adorável e cheia de alegria de viver, que se casa com um apaixonado imperador Franz Joseph I. A imperatriz passa por alguns percalços, mas acaba vivendo feliz para sempre. 
A Sissi de verdade, no entanto, tinha pouco a ver com a Sissi do cinema. A imperatriz era uma mulher infeliz no casamento, depressiva, vaidosíssima e anoréxica. O lado mais sombrio de sua personalidade está retratado em cartas, poesias e diários expostos no Museu Sissi, no Palácio de Hofburg, antiga residência de inverno da família imperial, em Viena. 
Sissi controlava o peso com rigor obsessivo. Ela tinha o costume de se pesar três vezes por dia. Com exíguos 45 quilos distribuídos por 1,73 metro de altura (um índice de massa corporal inferior ao de Gisele Bündchen e abaixo do considerado saudável pela Organização Mundial de Saúde), a imperatriz vivia o eterno drama das vítimas da anorexia: por mais que emagrecesse, nunca era o suficiente. Sissi era dada a dietas malucas. Durante um período só se alimentava com meia dúzia de laranjas por dia. Em outro passava dias à base de sopa. Houve época em que Sissi se recusava a comer alimentos sólidos e mandava espremer bifes crus, para, então, beber o caldo – esses espremedores estão expostos no museu. A obsessão da imperatriz pela magreza era tanta que ela acreditava que choques térmicos poderiam ajudá-la a perder peso. Sissi tinha o costume de tomar banhos de vapor e, logo em seguida, mergulhar numa banheira com água a 7 graus. Tanta privação alimentar e pouco cuidado com a saúde renderam-lhe, por volta de 1895, o diagnóstico de desnutrição e problemas pulmonares. "Receio que tu não sigas o conselho do médico e continues a minar a tua saúde, até quando for tarde demais e não houver mais remédio. Nada mais posso fazer que rogar-te sobretudo que te alimentes", escreveu-lhe o imperador Franz Joseph.
Extremamente vaidosa, Sissi tinha o costume de colecionar fotografias de outras mulheres bonitas só para lhe servir de comparação. Dona de uma beleza rara, ela sempre aparentava ter menos idade. Aos 42 anos, não se deixou mais retratar para que a imagem de sua juventude esplendorosa fosse perpetuada. Um de seus maiores complexos eram os dentes amarelados. Por isso, evitava sorrir. Sissi dedicava cerca de três horas do seu dia para pentear a longa cabeleira, que lhe chegava aos pés. Nas sessões de lavagem, que aconteciam a cada duas semanas, ela usava uma mistura de conhaque e ovos. Para a pele, Sissi mandava preparar máscaras faciais à base de morangos prensados e dormia com bifes sobre o rosto.
Sissi e Franz Joseph eram primos. A prometida do imperador era sua irmã mais velha, Helene. Mas, ao bater os olhos em Sissi, Franz Joseph decidiu que aquela menina de 15 anos seria a futura imperatriz da Áustria. Menos de um ano depois os dois estavam casados. Sissi sentia-se profundamente angustiada com a vida na corte vienense e, principalmente, com o tumultuado convívio com a sogra, Sophie. Conforme o tempo passava, o relacionamento com o imperador tornava-se insuportável. E ela se sentia cada vez mais sozinha. "Perambulo solitária sobre a Terra há tempo, alienada da vida e do prazer; não tenho e nunca tive alma que me entendesse", descreveu Sissi, em seu diário. Aflita, em 1860 ela deixou Viena e partiu para uma viagem de dois anos pela Europa. Mãe de quatro filhos, Sissi só teve uma relação mais estreita com a caçula, Marie Valerie. A mais velha, Sophie, lhe foi tomada pela sogra e morreu aos 2 anos de idade. O único filho, Rudolf, foi educado longe de sua influência e, aos 31 anos, cometeu suicídio.
Sissi, contudo, tinha outra faceta. Ela se engajou em causas humanitárias e chegou a visitar hospitais e asilos durante uma epidemia de cólera. A imperatriz da Áustria foi para a Europa do século XIX o que seria a princesa Diana 100 anos depois. As duas eram lindas, invejadas, copiadas e envoltas em uma aura de bondade. Mas foram também muito infelizes e morreram de forma trágica. Sissi foi assassinada em 1898, aos 60 anos, em Genebra, na Suíça, por um anarquista italiano.

Lembranças de um mito
Alguns objetos da imperatriz expostos no Museu Sissi

Fotos divulgação



ANÚNCIO DE CASAMENTO

Um retrato da jovem Sissi estampava o comunicado de seu casamento com o imperador da Áustria, Franz Joseph, em 24 de abril de 1854. Primos, ela contava 16 anos e ele, 23. O casal teve quatro filhos






CONJUNTO DE RUBIS
O colar, o broche e a coroa de ouro e rubis eram freqüentemente usados por Sissi em cerimônias oficiais. Como não se sabe o paradeiro das jóias originais, o museu encomendouréplicas à Swarovski, tradicionalfábrica de cristais austríaca



ESTRELA DE DIAMANTESSissi tinha o costume de enfeitar seu longo cabelo,que chegava aos pés, com estrelas de ouro branco cravejadas de diamantes(como mostra o retrato da imperatriz de autoria do pintor alemão Franz Xaver Winterhalter, de 1865 ). Das cerca de dez estrelas, restaram apenas três. Sissi presenteou suas damas de companhia com jóias desse tipo. Desenhadas pela própria imperatriz, as estrelas foram copiadas por várias mulheres de outras cortes europeias

DOCUMENTÁRIO: NOITE E NEBLINA

FRED ASTAIRE


Fred Astaire