segunda-feira, 8 de outubro de 2012

POR QUE NÃO TE CALAS?

A visão distorcida e machista da sociedade mostra mais uma vez a sua cara através do comentário do espanhol José Manuel Castelao Bragaño presidente dos espanhóis no exterior, do Partido Popular (PP) que disse que "as leis são como as mulheres, existem para serem violadas". Uma afronta ao desrepeito e um incentivo a violência contra as mulheres. Será que ele, foi fruto de um estupro para falar isso? 


O ex-deputado pediu demissão nesta sexta-feira (06/10) depois da ampla repercussão negativa acerca de sua declaração. A frase foi bastante divulgada em diferentes jornais espanhóis e despertou a ira de funcionários públicos e de membros da sociedade.

Na ocasião, Bragaño reivindicava a ata da reunião da comissão de educação e cultura do órgão que preside e faltava apenas um voto para oficializar o documento. “Está tudo bem. Há nove votos?”, disse ele citado pelo jornal
El Pais. “Coloque 10... As leis são como as mulheres, existem  para serem violadas”.

Em entrevista ao El Pais, o político negou que sua desistência  estivesse relacionada com a sua infeliz afirmação. “Ninguém pediu a minha demissão. Eu tenho uma situação pessoa e por isso, não posso continuar com o mandato. Não tem nada a ver com o sucedido”, afirmou. 

Bragaño, importante nome do PP na região da Galícia (norte da Espanha), se desculpou pelo comentário e disse que foi mal interpretado. “Eu sou completamente contra qualquer tipo de violação, sou um admirador educado e respeitoso da mulher”, disse ele segundo o  Publico.Es

“Eu sinto muito. Lamento profundamente o que aconteceu”, acrescentou Bragaño ao  El Pais. “E duplamente: por aqueles que me ouviam, quase todas mulheres, porque lhes gerou dor; e por mim, porque eu construí um edifício que está caindo sobre mim”. 

Por conta do acontecimento, membros da comissão de educação e cultura do Conselho Geral de Cidadania no Exterior, que Bragaño presidia até então, redigiram uma carta para o diretor geral do Ministério da Imigração na qual exigiam desculpas públicas do então presidente. 

Miriam Herrero, do partido de oposição PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), explicou que Bragaño havia procurado os membros da comissão para pedir desculpas pessoalmente. “Mas, é necessário pensar nas coisas antes de dize-las e ele deveria ter percebido que um comentário assim é intolerável”, acrescentou ela ao  El Pais.

É a segunda vez que Bragaño, de 71 anos, exerce o posto de presidente do Conselho de Cidadania no Exterior. Ele havia assumido a função na segunda-feira (01/10), indicado pela ministra do Empregro, Fátima Náñez. Com sua renuncia, a vice-presidente do órgão Marina Del Corral assume o cargo.

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