sábado, 1 de outubro de 2011

FILMES - ALPHAVILLE

Alphaville, não sei dizer se gostei ou não desse filme, achei a história interessante, com diálogos super inteligentes, algumas cenas bem feitas outras nem tanto, como na hora que Lemmy Caution mata um espião na cabine telefônica, foi muito bisonha.
Achei o tema muito bacana, adoro essa abordagem crítica que a sociedade caminha para um totalitarismo  fundamentalista, pois acredito ser isso mesmo, mas teve momentos que achei o filme muito arrastado...monótono..deu sono.
Dirigida por Jean - Luc Godard, "Alphaville" mistura ficção-científica com filme noir, que aborda temas filosóficos e existenciais sobre o que um totalitarismo tecnológico desprovido de sentimentos pode acarretar.
Apesar de não ter posto em cena nenhum vislumbre de como seria o tal futuro, na verdade o filme foi bem fiel à sua época, ele mostra o lado sombrio da humanidade, quando tentamos deixar de sermos humanos para sermos como máquinas..seres lógicos desprovidos de qualquer emoção.

Alphaville é uma cidade onde seus moradores se comportam de maneira estranha, com altos índices de suicídio devido a toda pressão que existe. A cidade é controlada pelo computador Alpha 60, que cuida de tudo para que nada fuja a lógica e qualquer demonstração de sentimentos é duramente penalizada.
Que voz irritante desse computador! 
A cidade passou a ser o foco da investigação do agente Lemmy Caution (Eddie Constantine), que parte para o local após o insucesso de outros agentes na região, fazendo perguntas, e tirando muitas fotos. Caution quer se encontrar com o professor Von Braun, para convencê-lo a destruir a famosa máquina, que leva seus cidadãos a total perda de juízo com tantas restrições. Ao longo do filme, Caution se envolve com a filha de Von Braun, Natacha (Anna Karina), que servirá como guia em sua empreitada.
O filme tem cenas muito bem boladas como a tomada aérea da perseguição de carros e experimental, com os negativos do filme.
Embora muitos filmes futuristas nos mostrem um futuro bonito, cheio de novidades, Godard nos mostra um futuro opressivo, inibidor, decadente e claustrofóbico.
Porém o que mais me marcou no filme foi a sua crítica a essa tendência que temos de buscar sempre a racionalidade, achando que ser sentimental é mostrar fraqueza, sempre tentamos inibir nossas emoções, os nossos sentimentos. Em “Alphaville”, Godard mostra que a ciência, tida como a dententora da razão, da lógica é sim importante, sem dúvida, mas não há para um ser humano viver sem suas emoções, seus sentimentos, sua memória afetiva. Na cidade onde é proibido ter sentimentos, é proibido perguntar por quê? , o amor inexiste, o que a transforma numa cidade amedrontadora, onde cada cidadão é apenas um número tatuado e a sociedade acaba sendo dominada por uma incrível falta de propósitos ou objetivos individuais.
Uma das melhores cenas, é quando Natacha se descobre apaixonada e chora, porque simplesmente descobre seus sentimentos, é como uma libertação...e é quando nos sentimos mais humanos, quando vivenciamos esses sentimentos, de amor, de tristeza..decepção.

De uma maneira geral gostei do filme, das suas ironias e claro do sua crítica 

Nenhum comentário:

Postar um comentário